O juiz Guilherme Marra Toledo, da Vara Criminal e Tribunal do Júri de São Sebastião, expediu um mandado de prisão preventiva contra Francisco Cícero da Silva, 42 anos, acusado de assassinar, em 17 de junho, sua ex-companheira Fernanda dos Santos Pereira, 33. A decisão corre em segredo de Justiça.
O crime ocorreu em uma via pública no bairro Morro da Cruz, em São Sebastião. Francisco foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pelo crime de feminicídio, após armar uma emboscada para a vítima. Ele aguardou Fernanda nas proximidades de sua casa e, sem lhe dar chances de defesa, efetuou disparos de arma de fogo contra o veículo da vítima — ao menos dois atingiram Fernanda.
Em documento obtido pela reportagem, o MP detalha que Francisco, ciente da rotina da ex-companheira, esperou armado em uma via de acesso à casa dela e, quando Fernanda estava no banco do passageiro do carro de seu atual namorado, disparou contra ela.
O acusado contou com a ajuda de um comparsa, ainda não identificado pelos investigadores, para fugir do local do crime. Ele e Fernanda viveram juntos por sete anos, mas o relacionamento terminou após ela descobrir que Francisco mantinha um caso com a irmã dela.
Além disso, o casal enfrentava divergências sobre a divisão de uma loja de salgados da qual eram sócios. Com a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Francisco é considerado foragido.
Violência
Fernanda trabalhava em uma academia no Jardim Botânico e havia obtido uma medida protetiva contra Francisco. Em fevereiro deste ano, ela procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e relatou que os sete anos de relacionamento foram marcados por violência doméstica e ameaças.
A vítima apresentou aos policiais prints de conversas com o ex-companheiro, aos quais o Correio teve acesso. As mensagens mostram uma discussão em que Francisco afirma: “Sou cabra que não tenho medo de nada, você sabe disso. Nem tenho medo de morrer, nem de matar, você sabe”. Ele continua dizendo que vai “resolver do meu jeito” e que “vão ter muito o que falar de mim. Quando voltar a Brasília, vou ser notícia nos jornais”.
O Correio procurou a defesa do réu, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta.
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