A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) publicou, nesta quinta-feira (16), no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) a portaria nº 78, no qual trata sobre o fim, gradualmente, do pagamento em dinheiro nos ônibus do DF, a partir de 1º de julho. A medida já havia sido noticiada na semana passada pelo secretário da pasta, Zeno Gonçalves, mas foi anunciada, oficialmente, durante coletiva de imprensa, na tarde de ontem.
A partir de 1º de julho, os usuários do transporte público do DF poderão pagar as passagens por meio eletrônico nos coletivos. Os ônibus da capital federal passaram a aceitar cartões de crédito e débito e QR Code, além dos tradicionais cartão mobilidade e vale-transporte. Os passageiros também poderão utilizar smartphones e pulseiras inteligentes para fazer os pagamentos das tarifas.
Com a medida, a Semob visa retirar, gradualmente, o pagamento em dinheiro nos ônibus. Gradualmente a pasta retirará a opção dentro de algumas linhas, e a ideia é que nenhum coletivo receba mais a tarifa em espécie até o fim de 2024. A partir da próxima semana, a secretaria começa uma campanha de conscientização sobre o assunto, e até o dia 1º de julho serão anunciadas as primeiras linhas que deixarão de receber o dinheiro.
Durante a coletiva de imprensa, o secretário Zeno Gonçalves destacou que os usuários do transporte público poderão utilizar a forma de pagamento em dinheiro nos pontos de recargas do Banco de Brasília (BRB), sendo que a ideia é retirar o pagamento em espécie apenas nos ônibus. Os pontos de venda do BRB, também passaram a aceitar cartões bancários e pix.
De acordo com dados da Semob, cerca de 29% das passagens, atualmente, são pagas em dinheiro. Em 2019, quase metade dos passageiros (46%) pagavam as viagens em espécie, representando uma boa redução. Para a pasta, a medida visa garantir mais segurança aos usuários e colaboradores do sistema, agilizar o embarque e proporcionar mais eficiência ao serviço.
“Com a ampliação dos meios de pagamentos das passagens, nós queremos facilitar a vida do usuário, melhorar a agilidade do sistema e aumentar a segurança do transporte público. Os dados também mostram uma redução do uso de dinheiro nos ônibus, o que significa que as pessoas têm gradativamente entendido que o pagamento através do cartão de mobilidade é muito mais prático e traz mais benefícios”, destacou Zeno.
Com a medida, a Semob também planeja reduzir o tempo de espera das pessoas ao adentrarem os ônibus. Atualmente, o DF conta com 128 pontos de recarga física do BRB, além da opção de colocar crédito no cartão mobilidade pelo aplicativo do banco. Com a retirada dos pagamentos em dinheiro nos coletivos, o BRB planeja dobrar o número de pontos de venda para evitar longas filas nos locais.
“A nossa pretensão, em médio e curto prazo, é a ampliação dos pontos de recarga. Hoje, já são 128 pontos de recarga física, e o nosso objetivo é pelo menos dobrar essa quantidade de pontos de atendimento nos próximos meses. Hoje nós já estamos presente em todas as regiões administrativas do DF, e o que queremos é fortalecer essa atuação, seja por meio da utilização das próprias operadoras ou ampliando as lojas do BRB Conveniência”, enfatizou o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
Destino dos cobradores
Desde que a medida foi anunciada pela Semob, o questionamento que surgiu foi sobre o papel do cobrador no transporte público, e se o seu emprego estaria comprometido com o fim do uso de dinheiro nos ônibus. Mas, durante a coletiva, o secretário Zeno garantiu que os profissionais não serão afetados com a decisão, e caso seja necessário, serão realocados para outras funções.
“Em nenhum momento a Semob avaliou a possibilidade de diminuir postos de trabalho, foi uma determinação inclusive do governador. Estamos falando de comercialização de passagens, e o cobrador é um agente de comercialização, então ele continuará sendo agente de comercialização. A diferença será que estrategicamente para fins de atividade operacional, remodelaremos a forma como se relaciona o usuário com o transporte”, explicou Zena.
“O cobrador ainda vai continuar dentro dos ônibus nessa transição porque nós precisamos monitorar e avaliar. No momento que aquela linha e veículo não tiver mais a necessidade de comercialização, o cobrador passará a atuar junto aos terminais e aos postos de comercialização. A portaria estabelece que o BRB poderá credenciar as próprias operadoras e concessionárias para implantar postos de comercialização. O cobrador está no sistema e continuará”, completou o secretário.
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