A partir do dia 1º de julho, 52 ônibus do Distrito Federal pararam de aceitar dinheiro em espécie nas catracas, conforme oficializado pela Portaria 78 da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) em 16 de maio. Em vez do dinheiro físico, os novos métodos de pagamento são o uso dos cartões de crédito e débito, cartão BRB Mobilidade e QR Code.
De acordo com a Semob, o número de pagantes com cartões de crédito e débito aumentou de 0,2% em 1º de junho para 3% em 23 de julho. O uso do cartão Mobilidade aumentou nesse período, de 50,5% para 53,6%, enquanto o uso de dinheiro em espécie caiu de 7,4% para 1,1% nas 52 linhas selecionadas para início do Programa.
A mudança, que está sendo feita de forma gradual, gerou um impacto entre os passageiros do transporte público da capital. Antônia Lopes, 52 anos, mora no Guará II e é técnica de enfermagem. Ao Jornal de Brasília, que esteve presente nos pontos de recarga do BRB Mobilidade na Rodoviária do Plano Piloto, a técnica de enfermagem relatou a vez em que houve problema ao passar no validador: “Estou aqui fazendo o mobilidade porque cansei de passar vergonha na catraca. Esta semana não consegui pagar minhas passagens e da minha filha pelo crédito, preferia a forma de pagamento em dinheiro”, enfatiza.
Enquanto para o estagiário Gabriel Mussuri, de 25 anos, o problema já ocorreu mais de uma vez: “Na primeira vez, quando fui pagar, o cobrador me falou que não estava funcionando para o meu cartão e mandou eu descer na próxima parada. Já na segunda vez, foi na volta; ao passar, deu o mesmo problema, mas pude seguir viagem.” Por conta dos erros, Gabriel desistiu de usar esse método de pagamento e foi atrás de fazer a recarga do seu cartão Mobilidade que estava parado.
Em nota, a Secretaria de Transporte e Mobilidade informa que o sistema está programado para só permitir que o cartão libere a catraca uma vez. Em uma viagem, o cartão poderá liberar mais de uma vez seguida desde que o banco ou operadora do cartão autorize de imediato no momento do acesso. A Secretaria orienta que os passageiros com dificuldade em passar algum dos cartões aguardem alguns minutos para tentar novamente, pois podem ocorrer falhas na conexão com a internet, bem como com o sistema bancário. Cabe ressaltar que a utilização dos cartões de banco nos validadores são transações bancárias e estão sujeitas às previsões de segurança das instituições a fim de evitar fraude, como por exemplo tentar passar o mesmo valor duas ou mais vezes em um curto intervalo de tempo.
Para Carmo Cardoso, de 53 anos, moradora de Brazlândia, que nunca teve problemas com o cartão Mobilidade mas já presenciou passageiros que não conseguiram embarcar por conta do cartão de débito ou crédito, a mudança dos pagamentos foi inesperada e repentina: “Já vi pessoas não conseguindo embarcar por causa disso. Acho que o governo deveria ter esperado mais tempo antes de retirar o dinheiro dos ônibus, faltou informação, faltou avisar meses antes sobre essa mudança.”
A Semob esclarece que o processo de transição dos novos métodos de pagamento está sendo realizado gradativamente para avaliar o funcionamento do sistema e a adaptação dos usuários. A pasta complementa, ainda, que o pagamento de passagem unitária por meio de QR Code está em fase de testes e que, em breve, será anunciada a ampliação no número de linhas que passarão a aceitar o pagamento das passagens somente com o cartão Mobilidade, cartões de crédito e débito e o QR Code.
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